sábado, 25 de dezembro de 2010

Cores


A COR

A cor é um elemento visual importante, pois atinge facilmente os sentidos humanos gerando efeitos psicológicos.
O uso da cor de forma harmoniosa em um trabalho gráfico é fundamental para atingir o público, já que este forma associações mentais positivas ou negativas relacionadas com determinadas cores.

Alguns Significados Psicológicos das Cores:

É fato que alguns significados psicológicos são estabelecidos por algum "senso comum" e até mesmo são estabelecidos culturalmente. Mas aqui vão alguns exemplos estudados:

BRANCO: Pureza, simplicidade, otimismo. Sem nenhum elemento cria impressão de vazio, infinito. Refrescante quando usado junto ao azul.

PRETO: Morte, infortúnio. Desprovida de sentimento. Nobreza e elegância se for brilhante.

CINZA: Neutralidade, monotonia, medo, sujeira.

VERMELHO: Força, alegria, virilidade, dinamismo, calor.

VERDE: Calma, tranquilidade, satisfação. Esperança.

AZUL: Feminilidade. Desperta lembranças de infância. Calma interior. O azul escuro é contemplativo, infinito. O azul claro dá sensação de frescor e higiene.

AMARELO: Luz, cor gritante e vistosa. Atividade. Satisfação.

LARANJA: Expansão. Calor mais acolhedor.

VIOLETA: Meditativo, místico, misterioso.

ROSA: Timidez, romântico, feminino. Sugere intimiidade.

PASTÉIS: Cores com toque de branco. Abranda a característica da cor original. São relacionados a intimidade.

MARROM: Utilidade, realismo, vida sã e trabalho cotidiano.

As Cores que se Mostram Mais:

Preto sobre Amarelo Branco sobre Vermelho
Verde sobre Branco Branco sobre Verde
Vermelho sobre Branco Branco sobre Preto
Azul sobre Branco Vermelho sobre Amarelo
Branco sobre Azul Verde sobre Vermelho
Preto sobre Azul Vermelho sobre Verde
Amarelo sobre Preto

O Sabor e Oodor das Cores:

Ácido: amarelo, verde ou verde amarelado.
Doce: amarelo, laranja, vermelho.
Adocicado: rosa.
Amargo: azul marinho, marrom, verde oliva.
Salgado: cinza, azul céu, verde claro.
Picante: laranja, vermelho.
Perfumado: violeta, lilás claro.
Silvestre: azul, verde.

domingo, 25 de julho de 2010

Técnicas alternativas de impressão serigráfica

Aqui descrevo algumas técnicas de impressão não muito convencionais no uso comercial , mas muito úteis para aqueles que tem interesse em experimentar a serigrafia como linguagem plástica.


Matriz de Papel:

Em uma tela previamente preparada em nylon 44 e com área de tinteiro (para o formato A3 a mancha de impressão pode ser de 25 x 38 cm o que deixa as margens no papel com 2 e 2,35 cm), podemos realizar impressões com moldes vazados em papel vegetal (ou outros) utilizando a tinta sintética para serigrafia e tendo como substrato papéis. É um processo muito utilizado no meio de serigrafia artística para produção de gravuras. O molde vazado se gruda à matriz com a própria tinta sintética a partir da primeira impressão. Esta técnica permite uma quantidade razoável de impressões (em média 50 cópias) e a qualidade da imagem depende unicamente da destreza do serígrafo em cortar a máscara (molde vazado) no papel vegetal. Esta técnica permite impresões com bom relevo de tinta. Há ainda a técnica de "impressão seca" onde faz-se uma frottage de algo com relevo (papelão corrugado, telas grossas ou papéis grossos) e depois "calcamos" o nylon com a textura capturada contra o papel a ser impresso sem usar o rodo, somente as mãos.
OBS: A limpeza da tinta sintética após o uso é feita com aguarrás. É a tinta que melhor se aplica a esta técnica.

Matriz de Goma Laca:

A tela preparada com goma laca não apresenta uma qualidade boa para detalhes finos, pois é preparada pelo serígrafo aplicando-se goma laca (ou “asa de barata” ) com pincel diretamente no nylon da tela já esticada. È um tipo de matriz mais utilizada para uso em aplicações artísticas ou que não requeiram muita precisão no traço, ou que o artista queira reproduzir uma pincelada em negativo.
A goma laca, que vem em flocos deve ser diluída em álcool 99,3º GL ou 92,8º GL de modo que fique espessa como mel e possa ser aplicado com um pincel diretamente no nylon, bloqueando a passagem de tinta em umas áreas e deixando o que quer que seja impresso sem a goma.
Essa matriz pode ser utilizada com tintas acrílicas (base de água) ou com tinta sintética para serigrafia (limpeza com aguarrás).
Para reaproveitar a tela, coloque-a sobre algumas folhas de jornal, e com uma estopa embebida em álcool, esfregue até dissolver toda a goma do nylon.

Matriz com Filme de Corte:

O filme de corte, ou filme de máscara, é uma película de laca nitrocelulose translúcido e pode ser encontrado nas cores RUBI (vermelho) e ÂMBAR (alaranjado) entre outras.
Esta película possui uma base de poliéster ou acetato transparente, que tem por função manter reunidas as partes do desenho que será cortado com estilete na parte fosca do filme (parte de laca).
No processo de colagem, deverá ser utilizado um thinner de acabamento encontrado em lojas de tintas comuns ou de produtos serigráficos.
Coloque o filme já recortado em negativo com a parte fosca para cima.
Coloque a tela com o nylon já desengraxado em contato com o filme e passe uma estopa embebida com thinner, sem encharcar, sobre o nylon e conseqüentemente, sobre a parte de laca do filme.
A laca do filme derreterá o suficiente para soltar de sua base de acetato e aderir à trama do nylon.
Aguarde aproximadamente 10 minutos até o thinner evaporar da tela.
Retire a base de acetato do filme com cuidado. Havendo necessidade, repita o processo nas partes que não aderiram perfeitamente.
Verifique se há furos indesejáveis na matriz. Se houver, utilize laca vedante ou derreta com thinner as partes do filme que você eliminou do desenho. Em uma lata, coloque os pedacinhos de filme e despeje thinner até formar uma pasta viscosa, que será aplicada com um picel fino, fazendo assim os retoques necessários. Não use recipientes plásticos para esta receita. Esta mesma pasta pode ser aplicada na moldura da tela para torná-la impermeável, protegendo assim a madeira por muito mais tempo.
O inconveniente do processo de colagem é que se houver qualquer problema de aderência do filme, o recorte terá que ser totalmente refeito, mas em compensação é uma matriz de rápida confecção, com boa durabilidade, se bem feita.
A matriz de filme de corte é resistente à tintas acrílicas e sintéticas.
Para reaproveitar a tela: Coloque algumas folhas de jornal sob a tela. Derrame thinner e esfregue bem com uma estopa para que o filme se solte da trama da tela e “grude” no jornal. Repita o processo até limpar totalmente o nylon.

sábado, 10 de julho de 2010

A serigrafia por Kainã Lacerda

Resolvi reproduzir aqui um resumo bem humorado feito por um aluno do curso, amigo e futuro (já é) grande ilustrador Kainã Lacerda sobre como preparar uma tela e silkar uma camiseta. Divirta-se! Depois visitem o blog dele:

http://mostardacrua.blogspot.com/







sábado, 3 de julho de 2010

Longa exposição a solventes pode afetar o cérebro.

A maioria das tintas encontradas no mercado e a necessidade de aplicação em substratos de difícil aderência tornam, muitas vezes, inevitável o uso de tintas à base de solvente. Entretanto, é de grande importância que o serígrafo e o empresário do ramo saibam dos perigos que esses solventes podem trazer, e assim tomar todas as precauções necessárias, seja na busca de materiais menos nocivos ao homem e ao meio ambiente, seja na utilização correta dos EPI (equipamentos de proteção individual).
Segundo artigo publicado por pesquisadores holandeses na revista “Annals of Neurology”, a exposição prolongada a substâncias a base de solvente, pode causar sérios distúrbios em circuitos do cérebro. Os autores classificaram essas alterações de encefalopatia induzida por uso crônico de solvente (ou CSE, na sigla em inglês).
As pessoas que sofrem de CSE apresentam problemas de memória e atenção, além de dificuldades psicomotoras depois de uma longa exposição a solventes. Os casos da doença, tratada como um problema de saúde ocupacional, estão aumentando de acordo com especialistas.
Os autores do estudo investigaram grupos de dez pacientes com CSE que tinham sido expostos a solventes e tiveram falhas cognitivas de leve a grave; dez pessoas expostas a solventes mas sem sintomas de CSE e 11 indivíduos não expostos a esse tipo de substância e que não apresentavam os sintomas de CSE.
Todos os participantes foram submetidos a análises, incluindo exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada. Os cientistas investigaram um circuito cerebral ligado ao tálamo.
Aqueles com CSE apresentaram redução da substância dopamina D2, sinal de que teriam sofrido danos na capacidade psicomotora e atenção. Isso também foi associado à exposição grave a solventes, segundo os autores. A densidade do neurotransmissor dopamina parece estar ligada à capacidade psicomotora.
Os dez indivíduos expostos a solventes, mas que não apresentavam os sintomas de CSE, também mostraram problemas semelhantes. Porém, eles eram menos extensos. Foi detectada ainda nos dois grupos a diminuição dos níveis de colina, que tem função importante na neurotransmissão da área cinzenta do cérebro.
Outro estudo apresentado na Revista de Saúde Pública com o título: “Solventes de cola: abuso e efeitos nocivos à saúde” das pesquisadoras Maria de Fátima Menezes Pedrozo e Maria Elisa Pereira Bastos de Siqueira, nos apresenta os principais efeitos nocivos da inalação dos vapores de solventes e tintas em nível do sistema nervoso central: os solventes orgânicos, de modo geral, são depressores do sistema nervoso central e, de acordo com o período, freqüência e intensidade da exposição, provocam desde sonolência, confusão mental e cefaléia, até depressão respiratória, coma e morte. As cetonas, presentes em vários solventes serigráficos, promovem narcose assim como o tolueno e o n-hexano, por apresentarem lipossolubilidade (penetração na menbrana celular) e velocidade de eliminação menores.
Outros tecidos do organismo podem ser também afetados pelos solventes, tais como a pele, mucosas, tecido hematopoiético (medula), fígado e rins.
A exposição por curto prazo dos solventes provoca irritação das mucosas oculares e das vias aéreas superiores, ao passo que a exposição por longo prazo leva a inflamação na laringe, dor no estômago e sinais cutâneos característicos da ação destrutiva sobre a pele. Em nível muscular promove fraqueza generalizada. A ação tóxica sobre o fígado pode levar à hepatite e hepatomegalia (aumento do fígado). A nível renal já foi comprovado hematúria (sangue pela urina), acidose tubular e síndrome de Fanconi.
Evolução de sinais e sintomas decorrentes da inalação de solventes sobre o Sistema Nervoso Central:
1ª Fase – Excitação, euforia tontura, alucinações visuais e auditivas, tosse, salivação, fotofobia, náuseas, vômitos, comportamento bizarro.
2ª Fase – Depressão
a)Leve: confusão, desorientação, perda do autocontrole, visão turva, zumbidos no ouvido, dor de cabeça, palidez.
b)Moderada: sonolência, ansiedade, falta de coordenação muscular e de reflexos e oscilações na visão.
c)Intensa: inconsciência, delírio, estupor, pesadelos, convulsões.

(por Alexandre Ferreira)

Fontes:
Diário da Ciência (Science Daily) – 16/04/2008
http://www.sciencedaily.com/releases/2008/04/080415111635.htm

Revista de saúde pública - Solventes de cola: abuso e efeitos nocivos à saúde
Maria de Fátima Menezes PedrozoI; Maria Elisa Pereira Bastos de SiqueiraII
IInstituto Médico Legal do Estado de São Paulo – Rua Teodoro Sampaio, 151 – 05405 – São Paulo, SP – Brasil
IIDepartamento de Fisiologia e Farmacologia da Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas – Rua Gabriel Monteiro da Silva, 714 – 37130 – Alfenas, MG – Brasil
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-89101989000400009&script=sci_arttext

Escolha do Nylon/Poliéster


A trama de poliéster (chamada comumente de nylon) é o ponto de partida para o trabalho serigráfico. Sua lineatura é dada em fios por centímetro. O fio pode ter diferentes espessuras (identificadas por S, T e HD) e ainda pode ser de monofilamento ou multifilamento.
Não existe uma fórmula certa para a escolha do nylon. Alguns serígrafos utilizam determinadas tramas por terem mais facilidade de trabalhar, adquirida com a experiência própria. Entretanto, é necessário tomar certos cuidados na escolha, levando em conta os seguintes parâmetros:
- Tipo de desenho: desenhos com traços finos necessitam de nylons mais fechados, para não perder os detalhes.
- Evitar serrilhado: nylon muito aberto facilita o aparecimento de serrilhado no desenho, onde o cortorno da imagem apresenta um aspecto de uma serra ou "escadinha". É preciso saber se a tinta necessita realmente ser impressa com trama aberta, como a tinta puff onde o nylon aberto permite uma maior carga de tinta e o efeito do puff fica mais aparente, ou se o substrato pode “disfarçar” o defeito do serrilhado, no caso de impressão sobre superfície irregular ou porosa, como malha piquet, por exemplo.
- Proteção do substrato: uma carga muito grande de tinta pode destruir o substrato que será impresso, como por exemplo, uma bola de aniversário. Um nylon mais fino controla melhor a carga de tinta e do solvente que ela carrega, evitando que a bola estoure. Na impressão sobre materiais que não absorvem a tinta, como o vidro, é preciso controlar a carga de tinta para evitar que a impressão saia borrada.

Aqui vão algumas dicas para a escolha do nylon.

Número de Fios por cm² - Aplicação ou Substrato

12 / 18 - Glitter, cola para flocagem.
44 - Tecidos Grossos, Jeans, tinta Puff, Toalhas, Adesivo para Flocagem, Áreas de cor chapada.
62/ 77 - Papelão, madeira e tecidos em geral.
77 - Retículas até 45 pontos por polegada e Policromia em tecido.
100 / 120 - Retículas até 45 pontos por polegada e detalhes finos em papéis e outros materiais (exceto tecidos), bolas de gás, auto-adesivos, brindes.
130 / 200 - Vidros, cerâmicas, impressões cilíndricas, retículas especiais (até 80 pontos)

Após a esticagem, a tela deverá ser lavada com um detergente neutro ou produto próprio para desengraxe de matrizes. Este processo elimina a “graxa” utilizada na fabricação do nylon e outras impurezas que possam vir a interferir na aderência do filme de corte, capilar ou da emulsão fotográfica na tela, causando furos e má formação da imagem.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Numeração de Gravuras



Numeração de Gravuras

Normalmente deixa-se uma margem em torno da mancha de impressão. A medida pode variar, mas em média é de 5 cm. A assinatura do artista é sempre feita a lápis, nessa margem, fora da mancha de impressão, em baixo e do lado direito do papel.
O Título do trabalho fica também na margem inferior, centralizado.
Na margem, no lado esquerdo, em baixo fica a numeração. Se forem, por exemplo, cem gravuras, a primeira recebe a inscrição 1/100, a segunda, 2/100 e assim por diante até 100/100. A quantidade de gravuras impressas é definida pelo artista. É uma questão de ética com o comprador/colecionador que essa numeração seja respeitada. No caso de uma tiragem posterior a edição original, esta deve ter a indicação de série B ou II (dois em romano)
A impressão feita durante a elaboração do projeto e das provas de cor, dá-se o nome de Prova de Estado, e escreve-se P.E. no lugar da numeração. São gravuras quase finalizadas, mas com algumas diferenças da tiragem final, ou então impressões que mostram as etapas passo a passo da colocação das cores. As P.E.s são o registro do processo de criação.
Nas Provas do Artista escreve-se P.A. Normalmente são feitas em quantidade de 10% do total da tiragem.
P.I. é a Prova do Impressor. Se não foi o artista que imprimiu e sim um impressor de gravuras, este recebe uma cópia do trabalho. Algumas vezes, o impressor é convidado a assinar todas as cópias da edição, como se fosse um “co-autor” da obra.
H.C. significa “Hors Commerce”, ou fora de comércio. Geralmente são feitas em pequena quantidade, para brinde. Não podem ser vendidas.
H.S. é “Hors Serie” ou F/N (fora de numeração). Reprodução sem tiragem. Pode ser uma monotipia (cópia única ou 1/1).
Exemplo: (cópia 1 de uma edição de 50 cópias.)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

CONSERVAÇÃO DE OBRAS DE ARTE EM PAPEL

CONSERVAÇÃO DE OBRAS DE ARTE EM PAPEL

Tratando da serigrafia com um caráter mais voltado as artes plásticas, um dos suportes ou substratos mais usados que podemos citar é o papel.
Há ainda uma certa resistência quanto a utilização do papel em obras de arte em função de sua fragilidade. Entretanto, alguns cuidados básicos são fundamentais para a preservação de uma obra em papel. Se pensarmos que existem gravuras impressas por xilo ou metal feitas no Renascimento que resistem até os dias atuais, veremos que o papel não é tão perecível assim.
A primeira providência a ser tomada em relação à conservação de obras em papel deve partir do próprio artista, ou de seu impressor/editor, no momento da escolha do papel que servirá como suporte para a obra.
Um papel de boa qualidade, que seja neutro ou alcalino, garante melhor conservação.
Além disso, é necessário que sejam adotados também alguns procedimentos para o acondicionamento, montagem e exposição dos trabalhos, como por exemplo:

1. Temperatura entre 12º C e 22º C.
2. Umidade relativa do ar entre 45 e 55%
3. Temperatura e umidade devem ser sempre constantes.
4. Luz: uso de filtros anti-UV (ultravioleta)
5. Higienização periódica do acervo
6. Proibição de alimentos próximos às áreas de serviço.
7. Não colocar nenhum material que contenha ferro, próximo de acervos de papel. Ex.: clips, grampos metálicos, caixas, instrumentos ou armários que estejam enferrujados.
8. Não colocar pesos sobre as obras.
9. Não utilizar fita adesiva em contato com a obra.
10. Manter afastado 15 cm do chão a última prateleira da estante, mapoteca ou armário.
11. Manter o acervo distante de áreas próximas a encanamentos.
12. Manter o ambiente arejado e limpo.
13. Vistoriar o acervo periodicamente.
14. Utilizar papéis ou cartões de boa qualidade nas montagens, nas exposições, nos transportes ou na guarda.

MONTAGEM IDEAL:

As obras de arte devem ser protegidas por passe-partout (cartão montado em forma de moldura ou “janela”, composto de fibras 100% algodão ou linho, ou com papéis com baixo teor de lignina - substância que se deposita nas paredes das células vegetais, conferindo rigidez. É o que dá consistência à madeira, a qual pode conter até 25% de lignina.).
Em toda montagem os papéis deverão ser de boa qualidade, ou seja, não ácidos, de preferência alcalinos. Os papéis para fixação (juntas e lombadas em livros) poderão ser tiras em papel japonês, pois são leves, fortes e flexíveis, sendo compostos por longas fibras de celulose pura. Os mais recomendados são os de fibra de kozo.
As colas mais indicadas são as de amido ou de metilcelulose.
A proteção transparente (vidro) deve proteger de radiações ultravioleta. Ex.: UF 3, Plexiglas (Rohm and Haas). O acrílico não é aconselhável para: pastéis, desenhos a carvão ou objetos com material friável, (que pode reduzir-se a fragmentos ou a pó) pois causam acúmulo de eletricidade estática. A obra não deve ser colocada diretamente em contato com o vidro, pois se devem evitar choques com as mudanças de temperatura do ambiente. Para isso, o passe-partout deve ter pelo menos uma altura mínima de 3 mm.
A moldura deve ser forrada com cartão de boa qualidade, fechada hermeticamente, com tiras de papel cola.
Os objetos de papel deverão ser expostos em áreas de iluminação moderada, seca e com pouca variação de temperatura e umidade.

MOBILIÁRIO PARA ACONDICIONAMENTO

Madeira: deverá ser selada com poliuretano hidrossolúvel, com prateleiras revestidas com laminado metálico inerte.

Aço: deverá ser pintado ou revestido com acabamento resistente.

Armários metálicos: deverão ter acabamento em verniz seco em estufa.

Obs.: Obras em grandes dimensões devem ser guardadas em mapotecas ou em caixas especiais, sempre em pastas ou invólucros apropriados. Obras em papel, em geral, não devem ser enrolados, nem acondicionados em sacos plásticos. É aconselhável uma proteção com interfolhagem em papel alcalino. Para evitar presença de umidade, podem ser utilizados sachês com sílica gel ou timol.

Alexandre Ferreira

terça-feira, 29 de junho de 2010

A História da Serigrafia

A História da Serigrafia
Por Alexandre Ferreira
A palavra Serigrafia vem de SERICUM que em latim significa SEDA, e GRAPHIA, que em grego significa GRAVAR, DESENHAR, ESCREVER.
Ao que parece, a serigrafia descende da técnica de impressão por molde vazado, um método que provavelmente surgiu da observação das perfurações que os insetos fazem sobre as folhas de vegetais. Alguns estudos sobre os antigos povos das ilhas Fidji mostram que seus habitantes perfuravam folhas de bananeira e pelas aberturas aplicavam tintas vegetais decorando seus utensílios.
Os egípcios já utilizavam a técnica de molde vazado na decoração de interiores centenas de anos antes de Cristo.
Na verdade, as primeiras telas de que se tem notícia foram produzidas no Japão há muitos séculos, e eram feitas com fios de cabelos humanos trançados e as máscaras que vedavam a passagem da tinta eram feitas com folhas de árvores e papéis.
O historiador romano Quintiliano (120 d.c.) descreve meninos romanos sendo alfabetizados a partir dos modelos de letras feitas em pequenas tábuas de madeira e calcadas com pontos e pó de carvão. Teodorico, o Grande (526 d.c.), Justiniano Primeiro (565 d.c) e o Imperador Carlos Magno (771 d.c.) recorriam a técnica conhecida por "estrisido", na assinatura de seus decretos, copiando com um estilete de marfim o molde de suas respectivas assinaturas moldadas em placas de ouro.
No século XVI já era reconhecido o profissional recortador que eram contratados por reis e guerreiros para estampar seus feitos e os símbolos da Igreja nos estandartes dos que partiam em cruzadas.
No final do século XIX surge na França o POCHOIR (pronuncia-se POCHOAR), que hoje é conhecido como molde vazado e foi aprimorado e patenteado na Inglaterra por Samuel Simon em 1907, já utilizando uma trama de tecido de seda.
Muito difundida pelos Norte Americanos durante a Segunda Guerra Mundial, a serigrafia torna-se conhecida como SILK-SCREEN ou “tela de seda”.
A serigrafia comercial como conhecemos hoje, ou Silk-Screen, é utilizada na impressão de camisetas, adesivos, brindes e papéis, e possibilita uma rápida produção e de custo relativamente baixo.
Atualmente a serigrafia é feita com uma trama de nylon ou poliéster presa a uma moldura de madeira ou alumínio e nesta trama fica gravada a imagem que será impressa. O processo de gravação da matriz pode ser feito de inúmeras maneiras, dentre elas podemos destacar:
  • Matriz Fotográfica: é a mais utilizada. Passa-se uma cola com sensibilizante no nylon e a camada é seca com ar quente. O desenho deverá ser feito em uma transparência (fotolito ou nanquim sobre acetato). Este desenho e colocado sobre o vidro de uma mesa com luz por baixo. Sobre o fotolito, fica a tela. Após um determinado tempo de exposição, a tela é lavada e as partes pretas correspondentes no fotolito se abrem, permitindo assim a posterior impressão do desenho, idêntico ao fotolito. Neste processo podem ser utilizadas fotografias, como nos trabalhos realizados por Andy Warhol, onde o artista combina serigrafia e pintura a pincel.
  • Matriz com Filme de Corte: o filme de corte é uma película de laca nitrocelulose com uma base de acetato. O desenho é cortado no filme com estilete EM NEGATIVO. Cola-se o filme na tela com um thinner especial. É um processo bem próximo ao pochoir, com a vantagem de eliminar as pontes que sustentam a parte interna das letras, além da maior durabilidade da matriz.
  • Matriz de Papel: utiliza-se papel recortado para criar o desenho. O papel cortado é colado à tela com a própria tinta a partir da primeira impressão. Este processo não permite um número muito grande de impressões devido à pouca resistência do papel ao atrito do rodo e da tinta, mas é uma técnica muito usada por artistas que trabalham a serigrafia como uma nova linguagem plástica. Este processo foi muito utilizado pelo mestre da serigrafia brasileira, Dionísio Del Santo.
  • Goma Laca e Crayon: utiliza-se um ou outro diretamente sobre o nylon, vedando as áreas onde não ser deseja imprimir.
A impressão sobre papel é feita geralmente com tinta vinílica ou sintética utilizando-se um rodo de borracha que lembra um pouco o rodo utilizado para puxar água em casa, mas é especial para o uso em serigrafia. Existem tintas específicas para cada tipo de material (substrato).
A serigrafia não é totalmente reconhecida como um processo de gravura pelo fato de a imagem não precisar ser pensada “espelhada”, além da matriz não imprimir por contato pois a tinta atravessa a matriz de impressão.
É necessário trabalhar em local ventilado, mas não requer muitos gastos com equipamentos como prensas. Uma pequena mesa e uma garra feita com dobradiças são suficientes para o serígrafo iniciante.
(Este texto é parte integrante da apostila do curso)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

LIVRO IMPRESSO EM SERIGRAFIA


O post de hoje veio de uma indicação de Raul Motta, amigo meu dos tempos de Uerj.

Vale muito a pena assistir esse vídeo. Um livro artesanal impresso em serigrafia.
.

Árvores secretas e sagradas

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/753553-arvores-secretas-e-sagradas.shtml

"A vida secreta das árvores" (lançado no Brasil pela WMF Martins Fontes), indicado na seção "Ilustríssima semana" desta edição, é mais um dos livros feitos quase artesanalmente pela editora independente Tara Books, que há 16 anos publica o que chamam obras de "fina forma e rico conteúdo".

A indiana Tara Books, fundada em 1994 por Gita Wolf com o nome de Tara Publishing, mudou de nome e tornou-se em 2008 um empreendimento coletivo, onde todos os profissionais do projeto tornaram-se também proprietários.

As páginas de "A vida secreta..." são fruto de um workshop realizado em Chennai, no sul da Índia, com três artistas da tradição gonde, que acredita que as árvores são seres sagrados e que vêm à vida durante a noite.

"Nós trabalhamos muito perto dos artistas tribais, e queremos trazer a arte que produzem para o formato de um livro como se fosse em uma exposição, não com uma função documental. Ou seja, fazemos do livro também um objeto de arte", explica a fundadora da editora, Gita Wolf.

Um vídeo, com legendas em inglês, mostra um pouco da produção aqui

http://www.youtube.com/watch?v=om6i3enGZ8c

+

VIDA SECRETA DAS ÁRVORES, A

Infantis e juvenis

SHYAM / BAI / URVETI

"Um livro em que o rouxinol canta até o amanhecer." – John Berger

"Um livro fulgurante, misterioso e encantador... em que se mesclam o mítico, o mundano e o poético, numa visão de mundo integral que contrasta de maneira pungente com o fragmentado mundo pós-moderno." – Publisher’s Weekly

"Este é um livro que amplia nossa compreensão do mundo." – Fine Books and Collections

Os gondes, habitantes das florestas da Índia central, acreditam que as árvores são o centro da vida. Durante o dia, elas oferecem sombra, abrigo e alimento. À noite, depois que todos os visitantes diurnos se vão, os espíritos das árvores se revelam. Este livro contém belas reproduções em silk-screen, feitas artesanalmente, de gravuras originais de três dos principais artistas vivos da tradição gonde. Cada figura é acompanhada por um texto que introduz o leitor ao imaginário gonde, em que se integram os aspectos prático, estético e espiritual do mundo natural.

Por: 65,00

ISBN: 9788578272036

Número de páginas: 44

Editora: WMF MARTINS FONTES

Acabamento: Capa Dura

Formato: 34 X 24cm

Peso: 620gr

Edição: 1ª Edição - 2010

Os autores

Bhajju Shyam , autor do livro The London Jungle Book, é um dos artistas mais conhecidos de sua tribo, que se destaca por suas telas esmeradas e profundas. Seu trabalho tem se difundido amplamente, exposto em importantes eventos na Índia e na Europa.

Durga Bai é uma jovem artista que está sempre revendo e ampliando as fronteiras da arte gonde, criando um trabalho que emite uma energia característica. É ilustradora do livro One, Two, Trees, encantador livro de contos infantis já traduzido para o holandês, o francês, o alemão e o japonês.

Ram Singh Urveti é um artista sereno e brilhante, respeitado pelo refinamento de sua técnica e por sua sofisticação. Sua obra cria um universo de fantasia e metamorfose, cheio de formas organicamente detalhadas.